Tendo em conta que é uma das poucas professoras que não se formou na FBAUL, seria possível partilhar connosco um pouco da sua experiência de transição entre as Belas-Artes do Porto e as de Lisboa? Isto é, como foi a sua adaptação a um meio relativamente fechado, onde as referências estéticas e teóricas parecem ser já tão definidas?
E qual a sua opinião em relação a uma instituição (mais especificamente, um curso) em que a barreira entre ex-aluno e professor é bastante dissolvida?
Esta pergunta pode surgir um tanto distante dos objectivos inicias do nosso trabalho, mas surgiu numa revisão geral dos briefings que nos são apresentados no curso com a professora Sofia. A professora disse-nos ser expectável uma semelhança nas referências históricas e sociais apresentadas, já que a maioria dos docentes do curso são ex-alunos desta instituição.
Luísa Ribas (professora)— Esta é uma pergunta complicada e só temos uma hora! Há que ter em conta que eu acabei o curso no Porto em 1996. Nessa altura a FBAUL e a FBAUP eram muito diferentes do que são agora. Pouco tempo depois, deu-se a entrada de uma nova geração de professores, primeiro no Porto e de seguida em Lisboa, mas até ao momento não existia grande renovação do corpo docente. Quando acabei o curso, já estava a trabalhar e no ano seguinte comecei a dar aulas (de geometria na FBAUP por um ano). Nesse ano entraram como professores de Design na FBAUP dois ou três colegas de turma meus, e no ano seguinte surgiu um concurso na FBAUL, ao qual concorri. Estas mudanças de pessoal contribuíram para alterar o perfil dos cursos.