Depois de analisar alguns enunciados dos últimos 4 anos, deparámo-nos com o exercício RWNBT (Revolution will not be televised) e “Seattle: Design e Cidadania” e com o seguinte excerto do artigo “Design for a social change” de William Drenttel:
“I have since come to believe that social design defines a new kind of designer. It needs to be expansively conceived beyond trained designers to include end users and social participants. Social design cannot be a subspeciality of the design profession (like graphic design, package design, product design, service design, and so on), but is a larger activity that depends upon design in all its forms— thought, processes, tools, methodologies, skills, histories, systems — to contribute to the needs of a larger society. It implies at once an attitude and an approach to life: as such, it can help us frame how we want to live in the future. It is therefore inherently pragmatic and results-oriented, simultaneously humble and ambitious, and fundamentally optimistic and forward-looking.”.
Apesar do nome e imaginário tanto de RWNBT como de “Seattle: Design e Cidadania” serem diferentes dos enunciados associados ao tema “Juventude em Marcha”, nota-se uma ligação muito forte nas referências apresentadas e sentimos que a provocação é muito semelhante. Porquê a persistência na apresentação de referências associadas a protestos históricos?
António Nicolas (professor)— Ao discutir com os nossos alunos a importância de um pensamento crítico face à realidade que nos rodeia e influencia, fazíamo-lo para enfatizar esse factor, e a sua adequação ao trabalho de um designer. A partir do enquadramento dado pela história do design gráfico, foi importante tentar estabelecer alguns paralelismos entre diversas correntes artísticas e determinados nomes mais relevantes no panorama do design gráfico. Alguns ateliers, designers e artistas dos anos 60, 70 e até dos anos 80, cujo trabalho resultava de uma consciência crítica muito pertinente face aos diferentes contextos, influenciavam todo o nosso processo de trabalho. Como professores de projecto, era importante manter o registo dessas convulsões sociais e desses acontecimentos culturais nas referências que apresentávamos aos nossos alunos.