The Dreams, composta por Delia Derbyshire em parceria com o compositor e dramaturgo Barry Bermange, parte de uma compilação de depoimentos gravados ao vivo. Neles ouvimos diversas pessoas descreverem os seus sonhos mais recorrentes. Formalmente, The Dreams encontra-se dividida em cinco andamentos, cada um procurando definir um território para cinco temáticas oníricas: “Running”, “Falling”, “Land”, “Sea”, “Colour”. A peça, com a duração total de 45min, foi transmitida pela primeira vez em 1964.
Enquanto trabalho de grupo, cada elemento criou uma proposta visual para cada excerto da peça The Dreams, seguindo alguns critérios propostos — uma peça tipográfica, uma fílmica e uma computacional (generativa). Desta forma, cada grupo criou uma base de dados de propostas visuais sobre estes excertos áudio. Como resultado final foi proposto um modelo expositivo, de forma a integrar toda a base de dados criada e, simultaneamente, garantir que as múltiplas visões individuais de cada elemento interagissem num objecto único e colectivo.
Tendo como referência primeira o texto “Livraria de Babel”, de Jorge Luis Borges (1941), foi proposta a criação de instalações que pudessem estabelecer um diálogo com o conceito presente no texto. Mais do que a transposição de uma obra literária para um espaço audiovisual, pretendemos reflectir criticamente sobre a temática proposta por Borges. Propôs-se um retorno à linguagem, à palavra, ao livro como exploração das possibilidades de comunicação entre a obra audiovisual e a audiência. As instalações deveriam ter uma componente de interacção com o espectador, i.e. serem espaços de imersão, de diálogo ou confronto crítico.