Quem sou eu? O que tenho feito? Como queria ter vivido?
Como vivi?
O que é a vida? Quando acaba a vida?
O que é expectável de mim?
O que é a dor? Como suporto
a dor? Quem compreende a minha dor?
O que é a morte?
Quanto dói a morte? O que é o medo? Quando acaba?
Porque acaba?
Confrontado com a inevitabilidade
da sua morte, Ivan Ilyich inicia um longo processo de
introspecção e procura pelo sentido da vida. Depois
de desconstruir as suas memórias, apresentadas ao leitor
num plano simultâneo ao do progresso da sua doença,
Ilyich confronta-se com questões urgentes.
Tomando como ponto de partida o desenvolvimento
da doença da personagem principal, este projecto foi
construído sobre dois planos, que permitem a criação
de uma segunda narrativa sobre a morte física do
personagem principal. Estes dois momentos, pensados
para que, progressivamente, se confundam cada vez mais,
são o símbolo máximo da complexidade da morte e das
diferentes camadas de sofrimento com que Ilyich se depara.
Tendo como principal objectivo personificar a morte,
a
reinterpretação do livro The Death of Ivan Ilyich (1886)
assume-se como um objecto fragmentado e desconectado
que pretende narrar, de forma visual,
o fim da vida.