O livro, no fundo, é um grande sistema cuja função mais ou menos metódica é fazer passar uma mensagem. Desde cedo, o olhar do leitor é treinado para efectuar uma leitura regular. Em íntima relação com a prática da leitura, cada tipologia de conteúdo tem os seus códigos na página. A grelha é desenhada para permitir a continuidade da leitura, sem perturbações. Assumir uma visão com base na conformidade conduz realmente a uma leitura ordenada e linear, mas restringe outras possíveis interpretações.
Embora Vignelli defina a grelha como algo que não é suposto ser visto, Biblio evidencia-a em três objectos sequencialmente complementares, sendo um a desconstrução do outro. No seu conjunto, representam a quebra de uma estrutura, que se torna ainda mais radical quando chegamos ao terceiro objecto. Neste seguimento, e questionando a posição e configuração “correctas” dos elementos ordenados pela página, a publicação Biblio propõe uma inversão desta ordem, procurando entender de que forma os conteúdos se podem comportar no livro, ou fora dele.