Alternativa Zero
(as vanguardas artísticas em Portugal, depois da revolução de Abril)

Sandrina Pereira
“Contra a agressividade, criatividade.”
Salette Tavares

A exposição Alternativa Zero surge em 1977, durante um período turbulento marcado pelo fim do 25 de Abril e pela instabilidade política que se vivia em Portugal na altura. Numa época de conflitos e revoltas, na qual a presença da arte em Portugal era “quase inexistente ou não conceptual”, o crítico Ernesto de Sousa decidiu criar um espaço de reflexão sobre a arte, a estética contemporânea e as vanguardas portuguesas.
(...) Para o autor, “uma sociedade socialista onde a utopia serviria o presente” era um ideal a ser perseguido. Uma vez que AZ se resume mais a um acontecimento único do que a um tema em “aberto”, preferi optar por uma abordagem mais documental. Ao contextualizar a exposição e apresentar os ideais de vanguarda que Ernesto de Sousa procurava transmitir, bem como os elementos usados para a sua divulgação, tornou-se possível compreender melhor o lugar deste acontecimento na história da vanguarda artística em Portugal, tal como o seu impacto no mundo contemporâneo.